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21 de junho

O papel do Fórum de Inovação em Guarapuava

Desde o início de 2019, entidades, empresas e instituições de ensino de Guarapuava e região tem contribuído para a formatação do Fórum Permanente do Ecossistema de Ciência, Tecnologia de Inovação, com a condução do SEBRAE. Para esclarecer o papel do Fórum dentro do Ecossistema de Inovação de Guarapuava, conversamos com o gestor da linha estratégica de empreendedorismo e gestão do SEBRAE/PR, Agenor Felipe Krysa.

 

Em que consiste um Fórum de Inovação? Qual é o papel do Fórum dentro do Ecossistema de Inovação de Guarapuava?
O Fórum CT&I (Ciência, Tecnologia e Inovação) de Guarapuava tem o objetivo de promover o desenvolvimento do Ecossistema de Inovação da cidade, por meio da sinergia entre empresas, entidades e poder público, para integração de iniciativas, estudos, debates e proposição de projetos. O Fórum atuará em cinco pilares estratégicos, sendo eles: 1) projetos, 2) estudos, 3) discussão, 4) sinergia e 5) conexão.

 

Em relação a projetos, o FCTIG tem como papel atuar como articulador, ou seja, uma governança que busca os meios para potencializar a ação e as parcerias adequadas para a sua realização; atuará ainda na proposição de projetos; na busca parceiros para a execução de projetos; na organização de ideias e direcionamento da estratégia; além da organização do calendário de eventos voltados para ciência, tecnologia e inovação de Guarapuava.

 

Em relação a estudos, caberá ao Fórum promover a análise de cenários, a condução de estudos técnicos que darão base à proposição de projetos e direcionamento estratégico e o monitoramento da evolução do ecossistema, entendendo este como um ambiente complexo, volátil e único. Além disso, será responsável pela definição e compilação de indicadores de resultados, sejam estes relacionados à sua visão ou ao ecossistema de empreendedorismo e inovação de Guarapuava.

 

No item discussão, o Fórum assume a integralidade de sua forma e significado. O termo fórum representa a reunião ou assembleia que tem por objetivo debater um tema em comum.  Nesse ponto o FCTIG é um local para pensar, disseminar, discutir e construir ideias, e a partir disso, formar posições sobre o tema ciência, tecnologia e inovação. Ele é caracterizado por um espaço democrático onde se estabelecem visões de futuro para a cidade de Guarapuava, visões pragmáticas criadas a partir da soma dos saberes e da inteligência coletiva.

 

Projetos, estudos e discussões são os indutores de um processo natural de criação de sinergia, e assim o FCTIG assume o papel de unir as pessoas, entidades, poder público e empresas em um pacto pelo desenvolvimento do ecossistema de inovação de Guarapuava, pautado na ciência, tecnologia e inovação. As reuniões do fórum, portanto, têm o papel de estabelecer uma rede de relacionamentos, integrando e desenvolvendo capital social, ou seja, o capital que emerge do relacionamento e serve como propulsor para a articulação na realização das ações de interesse do próprio fórum e do ecossistema.

 

Ademais, o papel de conexão emerge do cenário onde o FCTIG estabelece relações para criar um ambiente de engajamento dos atores do ecossistema, o qual servirá como uma ponte para a conexão de ideias, desenvolvedores e investidores, fortalecendo seu papel de articulador e propulsor de uma rede conectada por meio de relações sociais e de interesses mútuos.

 

O resultado coletivo é um atributo de como as pessoas se organizam, e dessa forma, o Fórum será reflexo do compromisso de seus membros com o cumprimento de seu papel, assumindo seu espaço à medida que conseguir estabelecer conexões e apresentar sinergia entre os atores do ecossistema, por meio de projetos, propostas e discussões.

 

Especificamente em Guarapuava, como o Fórum funciona? Quem são as entidades que estão envolvidas com o Fórum?
O Fórum de CT&I de Guarapuava é composto por entidades de fomento e desenvolvimento da cidade, empresas privadas, instituições de ensino e o poder público local, compondo assim a tripla hélice para o desenvolvimento de ações que visam estimular o ecossistema de inovação. O Fórum segue o princípio do planejamento participativo, sendo conduzido metodologicamente pelo SEBRAE, os atores do fórum avaliam, discutem e determinam ações que irão impactar no ambiente de inovação em Guarapuava, e juntos constroem estratégias, somando esforços e recursos para o atingimento das ações determinadas pelo grupo. As reuniões do fórum são quinzenais.

 

O que está previsto no planejamento estratégico do Fórum?
O primeiro passo do planejamento estratégico foi construir a visão do Fórum de CT&I de Guarapuava partir dos saberes e desejos dos participantes, estabelecida por meio de uma inteligência coletiva, mobilizadora e organizada, que possibilitará avançar para as demais fases do planejamento estratégico, sendo definida nos seguintes termos:
“O protagonismo colaborativo das empresas, entidades e Poder Público elevou o perfil tecnológico, proporcionando desenvolvimento socioeconômico na região, tendo a inovação como força motriz, consagrando Guarapuava como importante polo tecnológico do País e um dos melhores lugares para se viver”. (Fórum de Ciência, Tecnologia e Inovação de Guarapuava, 27/02/2019).

 

Com o tema, o protagonismo colaborativo das empresas, entidades e Poder Público, elevou o perfil tecnológico […], o fórum aponta para os elementos relacionados a liderança, integração, investimento, pesquisa e cultura local.
Quanto aos elementos liderança e integração, a discussão percorreu aspectos relacionados à necessidade de possuir e formar líderes capazes de transformar e interagir com seu ambiente, compondo uma rede de parceiros compostas pelo 1.º, 2.º e 3.º setores da economia estabelecendo um protagonismo colaborativo com o olhar voltado para o desenvolvimento de Guarapuava.

 

Em termos de elevação do perfil tecnológico, as conclusões estão relacionadas aos investimentos e à cultura. Os elementos culturais relacionados à velocidade natural de absorção de inovação e práticas de consumo colaborativo, aliados à mudança do mindset conservador para o mindset de experimentação e inovação, mudam a visão de futuro das pessoas, influenciando no desenvolvimento do perfil tecnológico da cidade e servindo de indicador de alcance da visão.
Os investimentos em ciência, tecnologia e inovação poderão alterar a estrutura econômica de Guarapuava, estabelecendo novas cadeias propulsoras e alavancando o setor de pesquisa e desenvolvimento de soluções elevando o perfil tecnológico local. Sendo assim, os investimentos realizados irão representar um indicador de efetividade na concretização da visão que deverá ser monitorada sistematicamente pelos caminhos definidos no plano de ação.
A outra parte da visão: […]proporcionando desenvolvimento socioeconômico na região, tendo a inovação como força motriz […].  Tem relação a três eixos estruturantes no tema desenvolvimento socioeconômico e inovação como força motriz.

 

Eixo 1: formação das novas gerações. Nesse aspecto, a visão está relacionada ao desenvolvimento das habilidades do futuro por meio da educação, tendo por base a formação tecnológica desde as séries iniciais. A estruturação em Guarapuava de uma rede de formação técnica em tecnologia, com base criativa, disruptiva e o estabelecimento de uma cultura inovação, eficiência e inteligência produtiva, mostram-se fontes fundamentais da nova força motriz proposta.

Eixo 2: a qualidade de vida criada por meio de em um cenário propício para o desenvolvimento humano. Essa parte da visão está relacionada à melhoria da qualidade de vida das pessoas, seja pelo ponto de vista financeiro, ambiental ou social. Dessa maneira, a visão retrata para 2049 um novo paradigma nas relações, pautados no desenvolvimento das pessoas com o meio onde vivem, ou seja, com saúde mental, energia limpa, desconforto permanente em relação aos problemas locais e globais, e o comportamento de ação e realização.

 

Eixo 3: o cenário onde o ambiente de negócios seja o indutor do desenvolvimento de tecnologia, construído por meio de política públicas sólidas, eficazes e que proporcionem à região figurar entre as geradoras de inovações globais, ao incentivar o setor produtivo no incremento de ativos tecnológicos, preservando os princípios de uma democracia participativa baseada na inovação, conectividade e conexão entre as pessoas.

 

Já com a parte, […]consagrando Guarapuava como importante polo tecnológico do País e um dos melhores lugares para se viver, o fórum define 4 pontos , são eles: Indicadores econômicos, Habitats de inovação, Indústria tecnológica e Polo de referência.

 

Os indicadores econômicos de IDH, índice FIRJAN, índices de GINI e geração de empregos são mecanismos para, em primeiro lugar, estabelecer métricas comparativas de evolução da cidade em relação a seu próprio desempenho; e em segundo lugar, esses indicadores são um importante meio de comparação da realidade atual, medindo o desempenho e a performance local em relação a outras regiões, cidades ou situações desejadas.

 

Essas questões foram discutidas, traçando o objetivo de se estar entre os 10 melhores índices de desenvolvimento humano, e ser destaque nacional em distribuição de renda e industrialização, o que torna Guarapuava um dos melhores locais para se viver.

 

Na consagração de Guarapuava como polo tecnológico, o grupo trouxe para a discussão a importância dos habitats de inovação. A visão será atingida quando os ambientes de inovação forem capazes de transformar a realidade e atuar com propulsores da nova economia. Foi destacado, então, o importante papel das incubadoras e aceleradoras de negócio, dos espaços para inovação, das comunidades makers, dos centros de inovação e empreendedorismo e de uma rede de serviços integrados, voltados para as demandas locais de acesso ao conhecimento. A realização da visão passa pelo pleno funcionamento e efetividade desses ambientes.

 

Outra evidência da conquista do reconhecimento de Guarapuava com um polo tecnológico está relacionada ao desenvolvimento industrial. O grupo discutiu a importância da definição da cadeia de produção estabelecida como referência em processos, principalmente tecnológicos, como a utilização da indústria 4.0, alicerçando a matriz produtiva e a indústria local na tecnologia.

 

Ainda sobre polo de referência, outro marco importante na tangibilização dessa visão será o fato de que pessoas de outras regiões queiram conhecer a realidade local possuam interesse na metodologia a ser seguida para atingir esses resultados, e sobretudo, despertem para o case Guarapuava. Dessa forma, receber missões técnicas, grupos de pessoas, alunos, investidores, políticos, entre outros para visitar Guarapuava será um elemento fundamental para consolidar a cidade como pólo de referência em tecnologia.

 

O que representa para a cidade toda esta movimentação que vem ocorrendo em prol da inovação? Em que essas articulações podem resultar?
Estamos vivendo um importante momento de transformação em Guarapuava. Investimentos públicos e privados de grande envergadura estão dinamizando nossa economia, trazendo crescimento e desenvolvimento a diversos setores de nossa cidade.

 

E justamente neste contexto que as instituições, empresas e o poder público precisam estar preparados e integrados para potencializar está transformação, considerar a inovação como uma força motriz da nova economia, e atuar com sinergia e alinhamento estratégico para que os esforços sejam dirigidos para o bem comum e para a construção de um ecossistema capaz de gerar sustentabilidade para negócios inovadores que irão surgir.

 

Cada vez mais estamos ouvindo o termo ecossistemas de inovação, para compreender melhor, vamos buscar a explicação na natureza. Trabalhar este tema é considerar os meios para que a inovação sobreviva considerando aspectos de cultura, os desafios impostos pelo mindset de negócios e sobretudo, criar mecanismos e habitats de apoio a inovação em nossa cidade.

 

Neste cenário, o Fórum de CT&I de Guarapuava surge como um elemento integrador, capaz de articular entre os principais atores do ecossistema de inovação as realizações necessários para o seu desenvolvimento, assumindo acima de tudo o protagonismo na integração de lideranças empresariais e institucionais para gerar inovação.

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