Notícias

04 de setembro

Juros e burocracia prejudicam acesso de pequenos negócios ao crédito

Fonte: Agência SEBRAE de Notícias

Os principais entraves dos pequenos negócios para obtenção de crédito são a difícil acessibilidade aos serviços financeiros, taxa de juros alta (48%), falta de garantias reais (20%) e falta de avalista/fiador (16%). Segundo o estudo do Sebrae, apresentado nesta sexta-feira (1°), em seminário promovido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), 84% dos pequenos negócios não tomaram empréstimos nos últimos seis meses e quase a metade deles (49%) jamais conseguiu financiamento como pessoas jurídica. O levantamento mostrou ainda que, embora o BNDES seja o principal instrumento de concessão de crédito para as micro e pequenas, 80% deles jamais acessaram uma linha de financiamento do banco estatal de fomento.

De acordo com o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, a solução para esses entraves passa pelo crescimento das fintechs (startups que atuam no setor financeiro) e pela criação da Empresa Simples de Crédito (ESC), que devem aumentar a concorrência na concessão de empréstimos e facilitar crédito para os pequenos negócios no mercado brasileiro. Afif ressaltou que é necessário criar alternativas para enfrentar a grande concentração no sistema financeiro nacional, que acaba por estimular os spreads bancários. “Os bancos são grandes demais para atender os pequenos”, destacou o presidente do Sebrae, que presidiu o seminário “Crédito para icro e pequenas empresas”, promovido pela ACSP e pela Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), na capital paulista.

Afif destacou que a expansão das fintechs vai contribuir para reduzir um dos maiores problemas enfrentados pelos donos de pequenos negócios no relacionamento com o sistema bancário, que é o excesso de burocracia. “As fintechs estão para os bancos como o Airbnb para os hotéis e o Uber para os táxis”, disse, acrescentando que a regulamentação da ESC, inicialmente vetada pelo Banco Central após a aprovação da Lei do “Crescer Sem Medo”, mas que deve entrar em vigor em 2018, após negociações. A proposta tem como objetivo possibilitar que os cidadãos tenham permissão para emprestar recursos dentro da sua própria comunidade, estimulando o desenvolvimento local. “A ESC resgata o papel que foi desempenhado no passado pelas casas bancárias”, declarou.

O seminário em São Paulo teve como objetivo levar para os micro e pequenos empreendedores informações sobre crédito e estimular o debate sobre o tema, fundamental para o desenvolvimento de negócios no Brasil. O evento contou ainda com a participação do presidente da  ACSP e da Facesp, Alencar Burti; de João Manoel Pinho de Mello, secretário de Reformas Microeconômicas do Ministério da Fazenda; Iágaro Jung Martins, auditor fiscal e subsecretário de fiscalização da Receita Federal; Guilherme Castanho Franco Montoro, chefe do Departamento Regional Sul do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); Fernando Kalleder, diretor-presidente da Central de Registro de Direitos Creditórios (CRDC);  Marcel Solimeo, economista da ACSP;  Milton Luiz de Melo Santos, diretor-presidente da Desenvolve SP.

Alencar Burti, que abriu o seminário, enfatizou a importância de discussão do crédito para os pequenos negócios, que hoje são 98,5% de todas as empresas do país e as maiores geradoras de empregos. “É fundamental que as entidades se unam em defesa dos setores que têm menos poder político. E o Sebrae tem liderado a luta pelo acesso ao crédito para as pequenas e  micro empresas”, disse.

Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Informamos que qualquer dúvida sobre os seus dados, você pode entrar em contato com o DPO da Acig, Margarete Freitas – dpo@acig.com.br(42) 3621-5501.